Barra Nova Escola

quinta-feira, 24 de março de 2011

O Papel do professor diante das Dificuldades de Aprendizagem





Ser professor de alunos bons consiste em tarefa relativamente fácil, mas e quando o
docente depara-se com alunos com D.A.? O que fazer? Como agir? Qual deve ser
a postura e as atitudes diante de tal situação?
O papel do professor no processo de aprendizagem é indiscutivelmente decisivo,
suas atitudes, concepções e intervenções, serão fatores determinantes no sucesso
ou fracasso escolar de seus alunos.
Cabe ao professor duas tarefas básicas diante das D.A., o diagnóstico ou detecção
seguida de intervenção adequada.
No contato diário com os alunos, muito rapidamente o professor começa a perceber
entre eles aqueles que apresentam dificuldades, a partir desta detecção a atitude
correta deve ser o encaminhamento do aluno em questão a um psicopedagogo,
que deverá avaliar as habilidades perceptivas, motoras, lingüísticas e cognitivas do
mesmo e ainda os fatores emocionais e os próprios atos de ler e escrever.
Após a avaliação psicopedagógica, será recomendado pelo profissional, o
procedimento necessário (tanto ao professor como à família do aluno) para a
superação das D.A.
Em nível de intervenção, os princípios básicos são: respeito e estímulo, que
envolvem a não utilização de comentários depreciativos; respeito ao ritmo da criança,
não a envolvendo em situações de competição; não constrangê-la; não fazer
comparações de nenhuma espécie e principalmente, conversar particularmente

em ajudá-lo; isto estabelecerá um clima sincero entre ambos, despertando confiança
do aluno com relação ao professor.
“Esta conversa (...) é de suma importância já que, permite que se estabeleça,
entre o professor e o aluno, um clima aberto e sincero, no qual a criança se sente
apoiada e tranqüila sobre as possíveis reações do professor frente às suas
dificuldades” (MORAIS, 2002, p. 188).
Os estímulos são imprescindíveis, pois funcionarão como massageadores da
autoestima, que progressivamente levará o aluno a acreditar em si mesmo e
na sua capacidade para superar as dificuldades.
No entanto, o que se observa nas escolas públicas e, muitas vezes, também nas
particulares, é a falta de preparo do corpo docente para lidar com as D.A. É
necessário que seja oferecido aos professores (se não oferecido, buscado
pelos mesmos), orientação adequada, para que estes possam ajudar de fato
seus alunos portadores de D.A.
(...) instalar um setor de orientação educacional, psicológica e pedagógica
nas escolas (...) seria de grande ajuda. Os professores seriam orientados na
adequação do programa, na elaboração de métodos a serem aplicados e na
forma ideal de atender as crianças que apresentam problemas de
aprendizagem (COELHO, 1991, p. 25).
Ainda falando em nível de intervenções adequadas por parte dos docentes, vale
destacar a questão dos “Métodos de Ensino” a serem utilizados.
Muitos são os autores que têm se dedicado a pesquisar sobre o método mais eficaz
para a aprendizagem da leitura e da escrita para as crianças ditas “normais” e
para as crianças com D.A. No entanto, nenhum resultado foi categórico em
apontar um ou outro como mais indicado.
Algumas correntes defendem o método sintético, outras, o método analítico e
outras ainda, o método analítico-sintético.
Diante de tal discordância, podemos concluir que caberá ao docente a análise 
dos resultados obtidos com o método utilizado, e a possível substituição ou
mesclagem de outro método, em busca de melhor rendimento de seus alunos.

(...) quando se percebe que as dificuldades de aprendizagem são oriundas ou
ampliadas por um método de ensino que não está adaptado à criança,
propõe-se uma mudança metodológica para facilitar o processo da
aprendizagem (JOHNSON e MYKLEBUST Apud MORAIS, 2002, p. 75).
Cury (2003), elenca sete hábitos dos professores fascinantes, sendo todos muito
pertinentes, mas cabe especialmente neste contexto enfatizar um em particular:
fascinantes possuem sensibilidade
ou seja:
Professores, eles sempre sabem proteger a emoção nos focos de tensão,
(...) não deixar que a agressividade e as atitudes impensadas dos seus alunos
roubem sua tranqüilidade. Entende que os fracos excluem, os fortes acolhem,
os fracos condenam, os fortes compreendem. Ele procura acolher seus
alunos e compreendê-los, mesmo os mais difíceis [grifo nosso] (Ibidem, p.
65).
Ainda segundo o autor, “Detrás dos piores alunos há um mundo a ser descoberto e
explorado” (Ibidem, p. 63).
De maneira geral, podemos dizer que os pesquisadores aqui consultados mostram
que as causas das D.A. são fundadas em fatores biológicos, e que o ambiente
escolar, familiar e social influenciam positiva ou negativamente sobre as D.A..
Mostram também a importância dos métodos de ensino utilizados com os alunos
 portadores de D.A. e ainda o vital papel do docente quanto à detecção precoce
e as intervenções adequadas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário